21 dezembro 2007

Pacto de Lausanne, anos depois...



(Pacto de Lausanne – Parte 1)*

A primeira vez em que ouvi falar do Congresso Mundial de Evangelização de Lausanne, que aconteceu em 1974, e do Pacto de Lausanne, documento redigido ao fim do evento, foi já no final da década de 80. Tomei conhecimento deles através do ministério da Aliança Bíblica Universitária (ABU).

Nessa época, quando fui estimulado a aprofundar meu estudo e compreensão das Escrituras, contei com a ajuda importante de referências de síntese doutrinária e de orientação para nossa práxis missionária, como o Pacto de Lausanne.

Passei então a perceber que minha fé não admitiria mais fazer separações entre a dimensão da salvação pessoal do indivíduo (entendida como a necessidade de uma resposta pessoal ao chamado de Deus para reconciliação, seguida do desenvolvimento de uma relação íntima de cada convertido com seu Senhor e Salvador) de uma adequada preocupação integral com o ser humano em seu todo e com as questões que afetam o mundo em que vivemos (entendendo que a conversão do indivíduo não se dá em um vácuo, e que o evangelho de Cristo afeta todas as dimensões da vida).

O Pacto de Lausanne, documento produzido durante congresso que contou com cerca de 2.700 participantes, vindos de diferentes regiões do planeta, foi com certeza um marco que já moldou mais de uma geração de líderes da igreja de vários continentes. Ele estabeleceu paradigmas para a vivência de nossa fé que procuravam evitar o horizonte fechado do fundamentalismo, assim como esquivar-se das armadilhas de uma teologia liberal, lançando assim pontos de partida importantes para reflexão e ação da igreja evangélica no mundo todo.

Fazer uma análise aprofundada dos efeitos de Lausanne certamente é uma tarefa muito ampla, que vai além do escopo desse artigo. Talvez então poderíamos pensar em uma abordagem um pouco diferente.

A fim de lançar luz sobre algumas questões, contarei aqui duas histórias, ocorridas em tempos bem distintos. Primeiro, vamos aos cafezais do interior de São Paulo, em meio a lutas por terra e conversões ao evangelho, décadas antes de Lausanne.

Depois disso, iremos bem adiante, na década de 90, ao visitarmos as dependências de uma faculdade situada nos bucólicos campos verdes da Inglaterra, onde os tiros da caça ao faisão assustam os mais desavisados.

Penso nessas duas situações pois elas, de uma maneira bem pessoal, ajudam-me a entender a importância de um evento como o de Lausanne e os marcos importantes que ele delineia para a igreja evangélica brasileira.

(Continua...)

* parte 1 da reprodução do prefácio que escrevi para a série Lausanne 30 anos, volume 1, John Stott comenta o Pacto de Lausanne, ABU e Visão Mundial, 2003.

Foto: ©
My Brother
Upload feito originalmente por LN♥

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