22 fevereiro 2008

Uma necessidade, um sonho, um chamado

“Por que você veio ao Uruguai?”. Assim, direto, veio a pergunta de meu amigo uruguaio.

Voltei então a pensar sobre as idas e voltas que nossa vida faz. E cheguei à conclusão de que a resposta mais simples à pergunta tem a ver com uma necessidade, um sonho e um chamado.

Comecemos com o último. A primeira reação ao meu amigo foi assim, na lata, “Porque Deus me mandou vir aqui”. Seu olhar falou mais do que seu silêncio. Então, sob o escrutínio de dois olhos cheios de perguntas, resolvi desenvolver um pouco mais a resposta.

Quando falo de chamado, penso em algo que vai além da distorção da idéia como sendo algo somente para os monges, freiras, pastores e missionários.

Já comentei aqui algo sobre isso, tergiversando sobre aquela conferência em Pindorama sem "heróis transculturais", e também quando propus que todos nos chamássemos missionários. Como não desejo ser mais repetitivo do que já sou, apenas volto a dizer que a idéia de que “Deus nos chama”, para qualquer e toda vocação e atividade que desenvolvamos em nossa vida, é algo fundamental em toda a geografia e em qualquer área de exercício do labor humano.

Segundo, o que faço deve ter a ver com sonhos que carregamos. Eu e minha esposa Ruth sempre tivemos o sonho comum de apoiar em um contexto pioneiro de trabalho transcultural.

É verdade que esse sonho muitas vezes teve que ser purificado de suas concepções às vezes românticas ou por demais idealistas. Mas é ainda mais verdadeiro o fato de que nossa barriga tem que gelar e nossos olhos têm que brilhar quando falamos do que Deus tem nos chamado a fazer, onde quer que seja.

Também houve uma dimensão mais mística, em que tanto eu como Ruth encontramos a graça de pequenos sinais (ainda que não creia serem eles necessários), inclusive sonhos de verdade (isso mesmo, aqueles que temos enquanto dormimos...), que foram como que confirmando nossos planos.

Terceiro, a necessidade. Seria bom que mais pessoas tivessem uma percepção mais realista da obra a ser realizada. Algo inclusive mais pragmático. Escuto uma notícia, oro sobre essa necessidade, e corro o “risco” de me tornar a resposta à minha própria oração.

Isso tudo esteve no nosso caminho até aqui. Desejos antigos, sonhos literais (não faz mal a ninguém estar mais espiritualmente sensível às diferentes maneiras em que Deus pode nos falar), a percepção de uma necessidade concreta, de que com nossos dons podíamos ajudar de alguma maneira, e por último a convicção íntima do chamado de Deus.

Cada vez que um estudante nos diz algo assim, “estava orando por uma oportunidade para fazer algo na universidade”, sorrimos no íntimo e agradecemos a Deus por seu chamado e caminho que nos abriu.

(Foto: © Diego Zalduondo)

Um comentário:

Jake disse...

hoy entré a tu blog desde el mio!!
sí!
te tengo ya linkeado...hay debate en mi casa bloggera , sobre el aborto...
los invito a comentar.
besos a Rut y las pibas bellas.

abrazo

o meo norte é o sul tamben