03 maio 2008

Você enviaria seu filho a uma faculdade cristã?



Como você responderia à pergunta do título? Veja bem que você pode fazer amigos ou inimigos dependendo de como a responde.

Por um lado, poderia cair no equívoco de desconsiderar o valor que se deu à educação em séculos de missão cristã no mundo. Também poderia, caso fosse alguém conhecido e dessem ouvidos à sua opinião, afetar os interesses econômicos e mesmo a viabilidade de várias instituições.

Vendo por outro lado, poderia ser um saudável exercício de questionar as motivações por que um indivíduo (ou sua família) prefere ir estudar em um centro de estudos conhecido por sua confessionalidade ou por suas tradições cristãs. O que buscariam ao refugiar-se em uma escola assim?

O tema é complexo, suscita paixões e polêmicas. Talvez por isso é que Stacey Woods, há mais de 60 anos, precisamente em 1944, tenha escrito um artigo usando um pseudônimo, na revista HIS, da IVCF-USA, com o sugestivo título “Deveria ir a uma Faculdade Cristã nesse outono?”.1

Stacey foi esse entusiasta australiano que assumiu como o primeiro secretário geral dos movimentos estudantis cristãos debaixo do guarda-chuva da IFES, e que à época desse artigo estava ainda “somente” liderando os movimentos estudantis da IVCF-USA e IVCF-Canadá, ao mesmo tempo!

No referido artigo, após animar jovens estudantes cristãos a escolherem uma faculdade “não-cristã”, ele lançou o alerta: “Cuidado com o perigo de viver em outro mundo, falhando em entender o mundo dos homens e mulheres não convertidos, com os quais ao fim você terá que conviver, e diante dos quais você terá que testemunhar.”

Ele então concluiu com as retumbantes palavras: “Porque o campus secular é o seu campo de missão e sua gloriosa oportunidade. Deus o colocou aí para ser Sua testemunha – Seu missionário – Seu embaixador.”

Em meu caso, se me permitem a confissão, fico pensando se não deveria eu mesmo escrever esse breve artigo usando também um pseudônimo. É porque eu estudei em uma faculdade cristã e desfrutei da experiência. Mas também poderia defender-me dizendo que já estudei em uma universidade “secular” e que essa foi a mais significativa experiência de aprendizado (inclusive quanto à maturidade cristã) de minha vida.

Ou então a incoerência maior viria por minhas filhas. Ambas estudam em uma escola confessional cristã e que ainda por cima é vinculada à comunidade cristã onde nos congregamos.
Ora, ao fim, poderia desavergonhadamente dizer que me proponho aqui a levantar perguntas, inclusive para mim mesmo, e não a tentar ser coerente. E que talvez revisando nossas motivações e “estratégias” possamos todos, cada um em sua praia, vocação e caminho, sermos as tais testemunhas e missionários a que o Stacey se referiu.

Ou ainda ser um bom “embaixador do evangelho”, como Woods concluiu em seu artigo lá dos anos 40. Só uma última e rápida dica: sugiro não usar esse singelo nome para seu grupo estudantil na tal universidade não-cristã. Abraço e até a próxima!

1 Citado em "C. Stacey Woods and the Evangelical Rediscovery of the University", A. Donald MacLeod, IVP Academic.

Foto: © Rice
Upload feito originalmente por wools

2 comentários:

Jake disse...

estamos atentos por todos los sucesos que están dándose en nuestro continente...
un abrazo


jake

Lissânder disse...

Valeu pelo comentário meu caro!
Eu tb não acredito muito em mim...
Abração!